O filho e o circo

Ontem, o filhote veio da escola com panfletos promocionais de um dos muitos (mini)circos que costumam andar de vila em vila. Ele adora circo e, por morarmos numa vila relativamente pequena, quando surgem estas oportunidades, é normal que se junte quase uma turma inteira no evento e que o mesmo seja tema de conversa com as professoras no início da semana seguinte...

Embora as finanças estejam péssimas, eu e o marido não tivemos coragem de lhe dizer que não podia ir; e a brincadeira, com o folheto, ficaria em 10€ - a criança não pagava bilhete, enquanto o adulto que a acompanhasse pagaria esse valor.

Resolvemos deixá-lo ir; mas só com o pai, para não termos de pagar mais bilhetes; ele ficou um bocadito triste, porque está habituado a que vamos todos a estes passeios, mas lá aceitou. Depois explicámos-lhe que não ia poder comprar pipocas nem brinquedos... Ele ficou a olhar para o chão, mas lá se convenceu.

E lá foi, na companhia do pai; em vez das pipocas no circo, mandei-lhe uma caixinha com dois ou três sugus, um chupa-chupa e uma barrinha de chocolate, tudo doces que lhe deram no Halloween. Afinal, circo sem guloseimas não é circo!

Quando voltou, vinha todo contente! Adorou o circo (se bem que o meu marido diz que foi uma coisinha muito pobre em termos de espectáculo), comeu as suas guloseimas, encontrou uma série de colegas da escola e ainda estava todo feliz porque os seus doces eram muito melhores do que as pipocas - adoro estas racionalizações dos miúdos, tão simples mas tão verdadeiras para eles, mesmo que na prática não correspondam à realidade :)

E pronto, em tempo de vacas magras, há que jogar com o que é possível (e ter um enoooorme jogo de cintura).