Não liguei nenhuma nem à alimentação, nem à água, nem à casa, nem à família, pronto! Mas estou um bocadinho melhor que ontem.
Levantei-me às 7h como de costume para despachar os filhos para a escola; feita pateta, esqueci-me completamente que o mais novo não tinha escola de manhã (a educadora tinha uma reunião fora da escola)... Vá lá que me lembrei antes de o ir acordar! E se me tivesse lembrado antes, nem precisava de me levantar porque a mais velha já se entende sozinha.
Mas pronto, acordei e levantei-me; fiquei feita pateta a olhar para a tv até que o mais novo acordou; dei-lhe o pequeno-almoço, continuei a olhar para a tv. Entretanto ele acordou o pai. E eu... Fui enfiar-me na cama. Não porque estivesse com a neura, mas porque me estava mesmo a apetecer. Pus uma série qualquer a dar e ferrei a dormir em menos de 10 minutos. O marido deu almoço ao filho (que já estava feito), arranjou-o, levou-o à escola, a filha chegou da escola, almoçou, pôs-se a estudar, o marido foi buscar o filho à escola... E eu na cama; ora dormia, ora acordava uns minutos... Soube-me pela vida.
O facto é que eu ando muito cansada. Talvez não fisicamente, mas mentalmente. Porque como já disse muitas vezes, não nasci para ser dona de casa, custa-me horrores não trabalhar. Também me custa horrores nunca ter uma folga do papel de mãe, por uma ou duas horas que sejam. Sim, eu adoro ser mãe, mas bolas, ainda outro dia comentava num dos vossos blogues (agora não me lembro qual) que há pelo menos 13 ou 14 anos que não vou ao cinema ver um filme "normal" (leia-se um filme que não seja de desenhos animados); há mais ou menos o mesmo tempo que não consigo sequer ir tomar um café sozinha com o meu marido - já nem falo em ir jantar fora, passar um fim de semana só os dois, etc. E ele a mesma coisa, claro. Estamos os dois cansados. Extremamente cansados. Por enquanto ainda nos vamos abaixo um de cada vez, mas sempre quero ver se um dia cairmos os dois ao mesmo tempo...
Outra coisa que me custa imenso é passar os dias inteiros a fazer contas; a ver se consigo comprar a comida que é preciso, se há dinheiro para uma botija de gás, se consigo pagar as contas todas. E pelo caminho, ter constantemente que dizer não aos meus filhos quando eles pedem alguma coisa; a mais velha, coitada, já nem pede nada. Já percebe muito bem a situação e a única coisa que pede lá de vez em quando são 2€ para almoçar no bar da escola em vez de ir de marmita atrás.
Enfim. Nada disto mata, mas mói. E muito. E às vezes torna-se difícil conseguir encontrar o ânimo e a motivação para olhar além disto, para olhar para mim. E os pensamentos repetem-se na minha cabeça, como que em loop, horas e horas a fio. E é claro que não consigo adormecer. E depois descamba tudo.
Por isso, hoje, enfiei-me na cama; e dormi e alheei-me de tudo, para tentar descansar a cabeça. Amanhã é um novo dia e tenho esperança que a cabeça esteja melhor. Preciso de conseguir relativizar isto tudo outra vez para continuar o meu percurso, que estava a correr tão bem.
Para finalizar este testamento, quero mais uma vez agradecer-vos por todas as vossas palavras, pela vossa simpatia, compreensão e encorajamento. Obrigada :)
Sem comentários:
Enviar um comentário