segunda-feira, 7 de julho de 2014

Eu também já tive uma melhor amiga

A propósito deste post da Suricate.

Eu já tive uma grande, grande amiga. Conhecemo-nos no 10º ano, tinhamos ambas 15 anos, mudámos de escola e ficámos na mesma turma. Estudávamos juntas, saíamos juntas, fazíamos tudo em conjunto. Se uma pensava na outra, a outra parecia que sentia e telefonava imediatamente à primeira; eu era a confidente dela, ela era a minha; acompanhámos os namoros, os anos de faculdade, a entrada no mundo do trabalho, o casamento, o nascimento dos filhos uma da outra.

Passávamos férias juntas; eu ajudei-a em mil e uma situações difíceis, ela fez o mesmo por mim; alturas houve em que não conseguíamos adormecer sem primeiro nos falarmos ao telefone e partilharmos como tinham corrido os nossos dias. Ela foi minha madrinha de casamento e madrinha de baptismo da minha filha.

Éramos como irmãs. Pois, éramos. Porque desde o dia em que eu deixei de trabalhar, ela pura e simplesmente deixou de me falar; não me respondia no FB, quando eu telefonava estava sempre ocupada ou em reuniões, se lhe mandava um email ou não obtinha resposta ou então era uma resposta seca e curta, mesmo a despachar. Finalmente percebi e não queria acreditar. Mas como ao longo de mais de 20 anos conquistei também a amizade da família dela, por portas e travessas consegui saber o verdadeiro porquê: Como eu já não trabalhava, não tinha nem assunto nem dinheiro para saídas, por isso não valia a pena manter a amizade.

Custa. Custa muito. Mas o que custa ainda mais é perceber que desperdicei anos e anos da minha vida com uma pessoa que, pelos vistos, sempre me enganou; porque se fosse realmente amiga, não se afastaria por um motivo destes. Digo eu, mas posso estar completamente enganada.

Agora? Agora não tenho amigas; nem conhecidas, já que as saídas de casa são apenas para tratar de assuntos da família e/ou em família. Se sinto falta? Sinto. Sinto falta de ter alguém com quem ir tomar um café, de alguém com quem passar uma tarde nos saldos, de alguém com quem conversar sobre as venturas e desventuras dos filhos... Sinto falta de perceber que existem outras coisas na vida e no mundo para além da casa, do marido e dos filhos.

12 comentários:

  1. A verdadeira amiga da onça!
    Nunca fui de ter muitos amigos nem de grandes amigos, na verdade. Amigos de contar tudo, de passar muito tempo junto não tenho há muito tempo. Mas há pessoas que sei que se precisar estão lá e eu estarei lá para elas, apesar da distância.

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    1. É isso mesmo, a verdadeira amiga da onça! Quando estava a escrever o post bem que tentei, mas não me consegui lembrar da expressão, lol!
      Quanto a amigos, eu era parva e achava que se precisasse, ela estaria lá; agora, a única certeza que tenho é que, se precisar, não está lá ninguém e pronto! Conto comigo, com o marido e os filhos e não ando para aqui iludida.

      Um beijinho :)

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  2. É a primeira vez que estou no teu blog e gostei muito! Parabéns :)

    http://fromportugaltonyc.blogspot.pt/

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    1. Olá Diana! Muito obrigada pela visita e pelas palavras tão simpáticas! :)
      Também já dei um pulinho ao teu cantinho e gostei bastante, prometo que assim que der vou ver tudo com mais calma!

      Um beijinho :)

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  3. É nos momentos difíceis que se separa o trigo do joio...assim foi comigo também. Mas é assim que a gente cresce e aprende. Faz tudo parte da vida. É também nessa dor que nasce aos nossos olhos quem realmete nos importa.

    Jinhooooossss e continuação de boa caminhada:)

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  4. É pena quando descobrimos que amizades dessas acabam numa farsa... mas sempre disseram que nas situações difíceis é que se descobrem os verdadeiros amigos. Esta teve uma atitude verdadeiramente fútil, é lamentável :(

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  5. Tambem já tive mas com o tempo afastamo.nos, envergou por caminhos que eu não gostava. encontreia no ano passado parei o carro fui ter com ela. Estava acabada, com os dentes muito estragados a cara cheia de rugas as unhas encardidas, tive "pena" e saudades da Célia que conheci...
    Agora amigas amigas não tenho, estou um pouco como tu.

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    1. Hoje em dia, sou apologista do lema "antes só que mal acompanhada"! É como digo, sinto falta... Mas não morro por causa disso.

      Um beijinho :)

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  6. Que amiga! Ainda eu me queixava de ter perdido a minha...Basicamente, com a mudança de curso ela deixou de me falar e só falamos esporadicamente. Olha, mas se ela é assim, mais vale nem seres amiga dela, não é?

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    1. Pois, hoje em dia não sou!! É que nem que ela me viesse pedir desculpa de joelhos. Eu não sou vingativa nem de guardar rancores, mas há coisas que não se esquecem :(

      Um beijinho!

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  7. Olá
    Conheces o ditado " Mais vale só que mal acompanhado"?
    Pois enquadra-se mesmo para essa tua ex amiga.
    Mais vale estares sozinha do que com amigas dessas que não interessam.

    Beijo

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